terça-feira, 22 de março de 2011

Fortaleza: o maior investimento público, a cidade que gera mais emprego e a mais visitada do Nordeste

Michal Kalecki em, A Teoria da Dinâmica Econômica, afirmou que o investimento é responsável pela lucratividade da economia e que reduz as inexoráveis taxas de desemprego. Outra máxima do autor é que o investimento público orienta e induz o investimento privado.

Os valores dos investimentos em obras realizadas pelo município de Fortaleza nos últimos anos é destaque nacional. Em 2009, com R$ 246,5 milhões investidos, Fortaleza é a sexta capital brasileira que mais investiu com recursos públicos e a primeira no Nordeste. Posição que se repetiu para os anos de 2007 e 2008.

Apesar da recente crise mundial, a Prefeita Luizianne manteve as obras em andamento e ampliou a rede de serviços ofertados a população. Como exemplo de investimentos nos anos de 2008 e 2009, temos o Transfor (R$ 60,3 milhões); os CUCAs (R$ 9,9 milhões); o Hospital da Mulher (R$ 24,2 milhões) e o Vila do Mar (R$ 21 milhões).

Elaboramos um histórico dos valores investidos desde 2006. O resultado indica que entre 2006-2010 os investimentos públicos do município cresceram 181,56%. Tudo indica que em 2010 (com R$ 324 milhões) o investimento público do município deverá ser o maior do Nordeste novamente. Comparando com 2006 (R$ 115 milhões) a Prefeita quase triplicou os valores dos investimentos públicos dessa cidade entre 2006-2010 e colocou o município no topo do Nordeste e bem situado nacionalmente.

Em 2010, com R$ 324 milhões investidos em Projetos como Transfor (R$ 36,4 milhões), Vila do Mar (R$ 25,4 milhões), Cucas (R$ 4,3 milhões), Hospital da Mulher (R$ 17,6 milhões), Praia de Iracema (R$ 4,2 milhões) e Estádio Presidente Vargas (R$ 32,3 milhões), além de outros “investimentos” na área de entretenimento como Réveillon, Pré-carnaval, Carnaval, Festejos Juninos e Fortaleza em Férias.

Não é a toa que isso se reflete nos negócios e empreendimentos da cidade como apregoa Kalecki. Sabemos que quanto maior o nível de investimento feito pelo setor público maior será a dinâmica sobre o setor privado e seus efeitos positivos sobre o emprego e a renda do trabalhador.

Os últimos dados do Rais/Caged confirmam o estamos dizendo. Fortaleza foi a cidade do Nordeste que mais gerou empregos no mês de fevereiro de 2011. Foram 4.254 novas vagas abertas no mês. O acumulado do ano chega perto de 60 mil novos empregos sendo o papel do poder público, leia-se Prefeitura de Fortaleza, crucial para que isto venha ocorrendo. Somada a política de entretenimento com a dos grandes investimentos temos ainda Fortaleza, de acordo com a pesquisa da rede hoteis.com, como o principal destino turístico nacional do Nordeste, ou seja, Fortaleza é a cidade mais visitada do Nordeste, evidentemente isso dinamiza mais ainda os impactos positivos sobre a renda e o emprego na cidade.

As ações citadas foram desenvolvidas sem comprometer as finanças municipais, com responsabilidade administrativa e financeira. Elas também retratam o resultado das parcerias celebradas pela prefeitura com o governo federal e estadual e o esforço de captação de recursos junto às entidades de financiamento nacionais e internacionais.



Glossário dos principais Investimentos:

Transfor: transporte urbano, corredores exclusivos para ônibus, drenagem, ciclovias, passeio, acessibilidade, iluminação, sinalização.

Vila do Mar: urbanização, calçadão, ciclovia acessibilidade, iluminação, sinalização e regularização fundiária.

Cucas: entretenimento, teatro, ginásio, quadras, skate, anfiteatro, piscina, dança, música e outras artes.

Hospital da Mulher: atendimento à Saúde da Mulher, reprodução, acolhimento, internação e cuidados com as mulheres.
Praia de Iracema: calçadão, iluminação, paisagismo, ordenamento e monumentos.

Estádio Presidente Vargas: modernização, monitoramento, cadeiras, acessibilidade, rampas, vestiários, salas de imprensa, de juizado e de juízes, tribunas de imprensa, iluminação, irrigação automática, catracas, entradas, banheiros.


Alfredo Pessoa

Refletir a Gestão do Partido dos Trabalhadores

O Partido dos Trabalhadores aprendeu na prática que, para transformar o Brasil por meio da gestão do Executivo (em qualquer de suas esferas), para fazer o Estado brasileiro trabalhar para todo o seu povo, não basta governar bem. É necessária não somente a interpretação própria adequada sobre o nosso trabalho, como a eficácia na distribuição desta interpretação à sociedade – tanto em relação à veracidade de suas afirmações, quanto em relação à eficácia dos meios utilizados para a informação do cidadão e do eleitor.

A atual conjuntura de disputa política do País, e de Fortaleza especificamente, exige resposta a estratégia das forças de oposição, não apenas partidárias, a qual consiste no esforço desesperado de omissão dos fatos e números – amplamente favoráveis aos governos de esquerda – à divulgação de interpretações grosseiramente equivocadas sobre as políticas de nossos governos, quando não de factóides insustentáveis, e à propagação de preconceitos seja de cunho neoliberal, mais elaborados, seja de outros mais rudes de cunho sexista, racial ou elitista.

Tudo isto é de nosso conhecimento: Trata-se portanto do exercício de reflexão sobre nossas ações, a fim de produzirmos conteúdo veraz e convincente, e da reflexão – metáfora óptica – deste conhecimento para o povo fortalezense, cearense, brasileiro.

A mera comparação entre os seis anos da gestão de Luizianne Lins à frente da Prefeitura de Fortaleza e as gestões anteriores da cidade seria suficiente para demonstrar que o Poder Executivo Municipal decidiu e efetivamente investiu em setores historicamente relegados a segundo plano, quando não abandonados. Estes são, agora, prioridade.

Aqui se enquadram a política habitacional exemplar, a manutenção da tarifa de transporte urbano mais acessível de todas as capitais brasileiras e o retorno à contratação de concursados públicos, bem como os aumentos reais dos ganhos do funcionalismo público municipal.

Isto, no entanto, é apenas parte da transformação da gestão de nossa cidade. Os grandes investimentos agora são vocacionados para os bairros com maior adensamento populacional, como o Pirambu, a Barra do Ceará, o Castelo Encantado, resgatando o sentimento de pertencimento de uma população capaz, agora, de constatar pragmaticamente sua condição de sujeitos de direitos.

Além disso, quanto à prática administrativa, esta gestão reinaugurou o planejamento coordenado e integrado de suas ações, o que permitiu identificar as vocações da cidade para a geração de emprego e renda. Não quisemos um estaleiro de R$ 38 milhões que lançaria fuligem sobre um grande adensamento urbano ou sobre o centro histórico da cidade, mas por bem menos recuperamos a vocação turística subutilizada, alcançando a marca de ocupação praticamente total da rede hoteleira nos períodos de reveillon  e carnaval. O que era inimaginável há seis anos – a Praia do Futuro repleta de fortalezenses e turistas em pleno domingo de carnaval – hoje é realidade graças à intervenção consciente e planejada do Município.

A cidade recuperou sua alegria e jovialidade. Esta alegria e jovialidade é o que nossa Prefeita representa hoje. Uma mulher inteligente, corajosa e bela. Como nossa cidade.

Estes exemplos de ações bem sucedidas, podendo-se listar ainda muitas e muitas outras, refletem esta diretriz fundamental do governo de Luizianne Lins em Fortaleza: Trabalhamos para o povo desta cidade, investimos onde os recursos públicos beneficiarão o maior número de pessoas, no atendimento das necessidades básicas da população, como moradia e transporte, e das necessidades elevadas da população, como a formação de conhecimento e arte, desde a infância à produção tecnológica e artística. E investimos no usufruto das produções artísticas porque, ainda que se trate de um bordão batido, continua verdade que “não queremos só comida, queremos comida, diversão e arte.” Nada menos do que isso, e ainda mais: porque afinal queremos é domar e construir nosso destino como nação e civilização brasileira.

Ranulpho Muraro

Aplausos para a joaninha

A festa tinha tudo para ser um sucesso. Uma homenagem ao cearense Evaldo Gouveia, com ele mesmo entoando seus inumeráveis sucessos, que afinal embalaram a vida de gerações e gerações em todo o Brasil. Dito e feito: Mercado dos Pinhões lotado, dentro e fora, com grandes artistas para prestigiar o mestre, entre eles Fagner e Fausto Nilo, políticos, empresários. Mal dava para andar. Até que surge no palco, já quando Evaldo ia começar a cantar, a prefeita Luizianne Lins (PT). Jornalistas presentes se entreolham. O receio é que tal presença gerasse mal-estar e até vaias, situação que não tem sido incomum ultimamente. Mas no lugar de vaias, primeiro veio o silêncio. E Luizianne falou da transformação do Carnaval de Fortaleza, da força do pré-Carnaval, de como a cidade não tinha opções antes e praticamente expulsava quem queria ver um pouco de folia, um enorme desestímulo a todos os que, sem dinheiro, não podiam sair; falou do aumento dos investimentos e em como Fortaleza estava muito mais democrática, ao propiciar que cidadãos das mais diferentes classes sociais possam compartilhar uma diversão saudável como a que estamos vivenciando nos últimos anos. E Luizianne foi aplaudida. Não só uma vez, mas várias. Deixou o palco distribuindo abraços e beijos e o show seguiu lindo, com uma ótima performance de Evaldo Gouveia.

Ao ver os aplausos, tentei buscar na memórias coisas boas feitas pela Prefeitura nos últimos seis anos que pudessem justificá-las. E não foram poucas. Só da memória: o fortalecimento do pré-Carnaval e do próprio Carnaval, do Réveillon, que virou uma imensa festa popular (apesar dos custos elevados), a requalificação do Passeio Público, da Praça dos Leões, a criação da Vila das Artes, a inauguração do primeiro Cuca, com uma programação cultural antes inexistente numa área de periferia, reformas em postos de saúde e o estabelecimento do terceiro turno, a construção de escolas e creches – apesar de a qualidade ainda estar abaixo do desejado – e a doação de fardamento e material escolar aos alunos, a manutenção de uma tarifa de ônibus barata, a melhoria salarial de várias categorias, como os médicos do Instituto José Frota (IJF). Mas, por que a gestão de Luizianne é tida como ruim ou péssima por tanta gente? Por que tantas críticas?

Creio que há pelo menos duas explicações. E uma acontece em decorrência da outra. A primeira é possivelmente uma falta de eficácia na divulgação dos feitos da prefeita. Muita gente simplesmente não sabe que o Passeio Público voltou a ser da cidade, com uma programação cultural constante e acessível, por atuação da atual gestão. Ou mesmo que o pré-Carnaval se tornou o que é por incentivo da Prefeitura. Ao mesmo tempo, os problemas saltam aos olhos e ganham grande notoriedade, normalmente com respostas insuficientes e até erradas (a segunda explicação). Com isso, os buracos das vias públicas, a não-conclusão da reforma do estádio Presidente Vargas, a construção nunca terminada do Hospital da Mulher e do Jardim Japonês, a reforma sem fim da Praia de Iracema, a demora em executar os demais Cucas e as melhorias na Beira-Mar e em outras praias, como o Titanzinho e a Praia do Futuro, tudo isso se torna a cara da atual gestão, parecendo que tudo até aqui é fruto de incompetência, quando não é bem assim.

Lógico que, diante de tantas obras e projetos que não vão adiante, não há administração no mundo que ficaria livre de críticas e reclamações. Mas basta Luizianne falar e mostrar o que de fato fez para mudar essa má impressão, o que demonstra o quanto a cidade precisa ser informada sobre suas próprias melhorias. E é fundamental que isso aconteça não só para a imagem de Luizianne, como política, melhorar: é para não haver chance de perdermos essas conquistas numa próxima administração. Muita coisa precisa melhorar, mas o que já melhorou precisa ser reconhecido e mantido.

 Kamila Fernandes
(Fonte: 
O POVO Online / Colunas / Política  19.03.2011)

segunda-feira, 21 de março de 2011

Fortaleza PEBA x Fortaleza BELA

Pebas remetem a buracos. Talvez seja esta a associação pretendida: Fortaleza BELA x Fortaleza PEBA (esburacada). Não vou abordar a questão da paternidade (ou maternidade) dos buracos das ruas de nossa Fortaleza. Tal questão já vem sendo discutida. Entretanto, farei aqui um pequeno parêntese: antes da prefeita Luizianne Lins informar à cidade que cerca de 60% dos buracos são de responsabilidade da empresa de águas e esgotos que atende nossa capital (CAGECE), a imprensa (a quem cabia veicular tal informação) calava. Agora que tal questão foi levantada e a evidência que a culpa pelos buracos não é apenas da Prefeitura, somente agora é que o foco deixou de ser culpar à Administração Municipal e passou-se exigir (independentemente da responsabilidade) que a buraqueira seja resolvida. Fecho parênteses.

Não vou também lembrar que o principal inimigo do asfalto é a água, nem que neste período de chuvas (que, como cearense e nordestino, aprendi a adorar, desejar e fazer-me feliz com um tempo bonito pra chover) jogar asfalto sobre buracos é o mesmo que jogar dinheiro fora. Se a Prefeitura estivesse com equipamentos e asfalto, debaixo de chuva, tapando buracos, seria mau uso do dinheiro público.

Também não irei tratar aqui dos remendos mal feitos, décadas após décadas, seguidamente. Muitos são remendos (ou o que restaram deles) perpendiculares ao leito da via, numa demonstração inequívoca de uma intervenção (mal) feita após a pavimentação asfáltica, remendos estes que também causam desconforto no deslocamento dos veículos e cuja origem decorre das mais diversas intervenções e não apenas da CAGECE.

Não irei, também, falar da falta de drenagem e esgotos. Eu mesmo moro em uma casa que não é atendida pelo serviço de esgoto, em uma rua que drenagem significa apenas deixar a água das chuvas correr pelas coxias (onde já dei adeus a inúmeros barcos de papel, verdadeiros navios a levar sonhos de infância).

Não. Não vou falar sobre asfalto, buracos, drenagem, esgoto, gás encanado, fibra ótica... Nada disso! Vou falar da ridícula estrutura sócio-econômica-cultural que nos leva a impermeabilizar nossas vias como se isso fosse modernidade quando, na maioria das vezes, serve mais para esconder o serviço caro e mal feito de pavimentação em pedra. E pior: depois fazer disso uma métrica para decidir acerca da competência de uma gestão municipal. Este modelo está errado! Alguém precisa dizer isso! Alguém precisa reverberar isso! E não nos deixemos iludir pela suposta imparcialidade dos meios de comunicação! Nossa! Como Gramsci e seu conceito de hegemonia estão atuais!

Batamos palmas ou critiquemos uma gestão, primeira e prioritariamente, pelo que ela de fato faz ou deixa de fazer pelo que é mais importante: as pessoas! Que tal lembrar que Fortaleza é a capital com a menor tarifa de ônibus do país? E se isso é resultado de subsídios públicos, trata-se ou não de transferência parcial de renda? Que tal lembrar que Fortaleza possui a terceira maior rede de ensino público do país, onde são fornecidos gratuitamente camisas, bermudas, sandálias, tênis, mochila, agenda escolar e merenda para cerca de 250 mil estudantes? Que tal lembrar que a Praia de Iracema está sendo repaginada e resgatada para os fortalezense e todos que nos visitam? Que tal lembrar que no Pirambu a praia e as pessoas estão sendo tratadas, finalmente, com dignidade e o projeto Vila do Mar está tratando não apenas da moradia mais de todo um processo de justiçamento social: não apenas a Beira-Mar (que olha para o poente) mas agora o Pirambú também estampará cartões postais cearenses! Que tal lembrar do estádio Presidente Vargas (onde pela primeira vez assisti uma partida de futebol que me fez nascer a paixão pelo meu time, pelas multidões e pela catarse coletiva e terapêutica de um grito de gol) que está sendo completamente reestruturado após décadas de descaso? Que tal falarmos do Hospital da Mulher que fará justiça com uma medicina específica e especial às mulheres? Que tal falarmos do IJF que atende diuturnamente, ininterruptamente, quem quer que ali cheque, vindo de onde vier, precisando de socorro e cuidados como, certa vez, foi o caso de um familiar meu? Que tal falarmos, também, da brilhante e firme determinação de não se permitir a instalação de um estaleiro monstrengo no Serviluz? Que tal lembrarmos o funcionamento em nossa cidade, pela primeira vez, de postos de saúde à noite? Que tal...?

Não há problemas se para cada coisa boa que eu lembre de falar, sejam contrapostos questionamentos ou aspectos negativos. Assim é o debate! E isto é bom! Entretanto, a discussão de nossa cidade deve se dar a partir de modelos de sociabilidade, de estratégias para o futuro, de visões que permitam aos homem e mulheres (homens e mulheres que vivem em cidades, os cidadãos e cidadãs) superar este momento histórico. Será que BURACOS são a melhor maneira de abordar tal desafio? Não creio! Quem se lembra da época da administração popular de Maria Luiza e do desrespeito ao se apelidar os buracos das vias como os "buracos da Maria"? Discutir a cidade a partir de seus buracos  é rebaixar a discussão! E a principal intenção ao se rebaixar a discussão é manutenção da lógica, dos argumentos e dos valores para que tudo permaneça como está e os verdadeiros problemas, as verdadeiras e pertinentes questões não aflorem. E isso não permitiremos!

Carlos Marcos Augusto